Governador Omar Aziz anuncia chegada de cartão Amazonas Solidário a mais 11 municípios atingidos pela cheia
O governador Omar Aziz anunciou nesta quinta-feira, dia 10 de maio, durante reunião com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que mais 11.889 famílias de 11 municípios atingidos pela cheia serão beneficiadas entre esta quinta e sexta-feira com o cartão Amazonas Solidário. Somando-se aos 10.588 cartões entregues na primeira fase em oito municípios, o número de famílias atendidas com o auxílio de R$ 400 do cartão chega a 22.477 e o total de investimentos na ação já somam R$ 8,9 milhões.
Durante a reunião, na sede do Governo do Estado, que contou com a presença do prefeito Amazonino Mendes, além de representantes de órgãos estaduais, municipais, federais e Forças Armadas, Fernando Bezerra assinou uma portaria instituindo o Comitê Integrado de Monitoramento para acompanhar a situação da cheia no Estado. O grupo de monitoramento, coordenado pelo Governo Estadual, é formado por representantes da Secretaria Nacional de Defesa Civil, dos ministérios das Minas e Energia, da Saúde, Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Defesa, além de representantes da Defesa Civil do Estado e do Município e outros órgãos indicados pelo governador Omar Aziz, a exemplo das secretarias Estadual e Municipal de Saúde e Associação Amazonense de Municípios (AAM).
A instalação do comitê foi determinada pela presidente Dilma Rousseff e tem como objetivo subsidiar a tomada de decisões em relação aos prejuízos causados pela cheia, além de evitar danos mais críticos à população, uma vez que as previsões apontam para a maior cheia dos últimos 100 anos no Estado.
Pela manhã, durante a 11ª reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Condel), no Centro Cultural Palácio Rio Negro, o ministro anunciou a criação de um crédito emergencial de R$ 350 milhões para produtores rurais e demais setores afetados pela cheia na Região Norte.
Segundo o governador Omar Aziz, os prejuízos no setor primário já somam R$ 40 milhões. A linha de crédito vai atender além de produtores rurais, comerciantes, prestadores de serviços, e setores da indústria com empréstimos que variam de R$ 12 mil a R$ 100 mil e juros de 1% a 3,5% ao ano. O prazo máximo de pagamento varia de 8 a 10 anos com carência de até três anos. Os recursos são do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) e estarão à disposição no Banco do Estado da Amazônia (Basa).
Visita aos alagados – Em visita a área alagada, no bairro Presidente Vargas (Bariri), no início da tarde desta quinta-feira, dia 10, o ministro anunciou a liberação de R$ 10 milhões para auxiliar prefeituras do interior, fora o aporte de mais R$ 10 milhões prometidos à Prefeitura de Manaus. Na última quarta-feira, dia 9, o Ministério da Integração já havia anunciado a liberação de R$ 7 milhões para ajudar o Governo do Estado nas ações emergenciais.
Anteriormente, já haviam sido destinados R$ 10,5 milhões à Defesa Civil do Estado. Segundo o governador, por questões burocráticas, parte desse recurso (R$ 8 milhões) reservado ao cartão Amazonas Solidário, ainda não pode ser utilizado. “Todos os recursos repassados pelo cartão Solidário são dos cofres estaduais”, disse Omar Aziz, que tratou com o ministro sobre uma forma de liberar os recursos.
Ascensão dos números – O novo relatório do Subcomando de Ações de Defesa Civil do Estado (Subcomadec), divulgado nesta quinta-feira, dia 10, inclui Rio Preto da Eva e São Sebastião do Uatumã, na região do médio Amazonas; Tefé e Jutaí, no médio Solimões; e Japurá na lista das cidades prejudicadas por causa da subida dos rios, aumentando para 45 o número de municípios em situação de emergência. Em todo o Estado, a cheia já atinge 71.377 famílias, 10 mil somente em Manaus.
A partir desta quinta-feira, a Defesa Civil retoma a distribuição dos cartões Amazonas Solidário para um total de 11.865 famílias espalhadas em 11 municípios. Canutama, Lábrea, Pauini e Tapauá, na região do Purus; e Tabatinga, Benjamin Constant, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tonantins, Amaturá e Atalaia do Norte, no Alto Solimões. Além disso, mais 14 municípios em situação crítica passarão a receber ajuda humanitária.
Na primeira etapa de entrega, 10.588 cartões foram distribuídos pelo governador Omar Aziz às famílias comprovadamente afetadas pela cheia. O benefício no valor de R$ 400 chegou a sete municípios da calha do rio Juruá e Boca do Acre, no Purus. Desde o início da cheia, o Governo do Amazonas entregou mais de 130 toneladas em ajuda humanitária atendendo 31 municípios com cestas básicas, kits de higiene pessoal, medicamentos, barracas, kit dormitório, filtros microbiológicos e hipoclorito de sódio.
O atendimento com ajuda humanitária continua ocorrendo e os próximos municípios a serem atendidos serão Borba, Tapauá, Manaquiri, Urucará, Careiro Castanho, Nhamundá, Fonte Boa, Alvarães, Parintins, Rio Preto da Eva, São Sebastião do Uatumã, Tefé, Jutaí e Japurá.
Atendimento em Manaus – Em Manaus, o governador lançou uma operação emergencial para atender 21 pontos alagados nos bairros do Educandos, São Raimundo, Bariri, Raiz, Betânia, Presidente Vargas, Glória, Centro, Aparecida e Comunidade da Sharp. Entre as ações estão a limpeza dos igarapés, construção de 21 passarelas num total de 1.300 metros, de pontes de acesso e rip-rap, além da distribuição de 726 kits de madeira para a construção de marombas, entrega de cestas básicas e filtros de água. Esses investimentos estão orçados em R$ 7.344.
Outras áreas da cidade, incluindo novos pontos nos bairros e comunidades já atendidos, estão sendo cadastrados e também vão receber as intervenções. Na capital do Amazonas, mais de 3.672 famílias receberam auxílio do Governo do Estado por terem sido afetadas de alguma forma pela cheia. Isso equivale a cerca de 18.360 pessoas atendidas.
A partir desta quinta-feira, dia 10, a Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas) iniciou nova fase de cadastramento socioeconômico nas áreas que já haviam atingidas pela enchente. Desta vez, o trabalho da Seas segue focado naquelas famílias cuja moradia está sob risco iminente de alagação.
O cadastro socioeconômico é utilizado pelo Governo do Estado como forma de monitorar e avaliar a situação de cada família residente em área de risco.
A dona de casa Cleonice Moreira, 73, entrou na segunda etapa de cadastramento do bairro Presidente Vargas, na área do Bariri. A necessidade de uma nova listagem se justifica pela subida das águas, que agora ameaça invadir mais 90 residências da região. “Na primeira visita da Seas, ainda faltava muito para a água invadir minha casa. Em menos de duas semanas, o nível da água subiu assustadoramente”, disse a aposentada.