Governo do Amazonas traça plano de trabalho para enfrentar os efeitos de uma possível grande cheia
O governador do Amazonas, professor José Melo, reuniu-se na manhã desta sexta-feira, dia 10 de fevereiro, na sede do governo, com a Defesa do Estado e com os representantes do Serviço Geológico do Brasil para traçar um plano de trabalho de ajuda aos municípios no caso de uma grande cheia. O monitoramento, que vem sendo feito pelos dois órgãos, demonstra que, embora ainda não seja possível prever a magnitude, há a possibilidade de uma cheia atípica em 2017.
“Na verdade, o que estamos fazendo aqui é nos precavendo para que, se permanecerem constantes, as chuvas que estão acontecendo aí, nós teremos mais uma grande enchente no Amazonas. Diferentemente das outras, essa vai ser uma enchente que atingirá praticamente toda a bacia Amazônica, uma vez que o Purus já está bastante cheio e o alto Solimões e Juruá estão acima da média. Apenas o Madeira ainda está com uma enchente regular. O resto todo está com uma enchente fora do comum”, disse José Melo.
Os indicativos de uma grande cheia são por conta das chuvas acima da média e do volume de alguns rios que já comprometem municípios das calhas do Purus e Juruá. “Se permanecerem esses níveis, teremos, não só uma grande enchente, mas uma enchente prolongada, o que causa um estrago na natureza muito grande e na questão da saúde também. Por isso, nós estamos aqui com a Defesa Civil e a CPRM, que têm expertise, analisando tudo e já vamos, agora, traçar um plano preventivo para que, se acontecer, nós estaremos preparados para ajudar os ribeirinhos”, completou o governador.
Para o superintendente da CPRM, Marcos Oliveira, por enquanto há indicativos de uma grande cheia em várias calhas. Já para o Rio Negro, a confirmação só se dará no dia 31 de março, quando sair o primeiro alerta de cheia para acidade de Manaus e região. “O indicativo, tanto no rio Amazonas, no Peru, quanto na calha central, é que deve ser uma cheia acima da média ou talvez uma cheia grande, mas a magnitude dela saberemos somente no dia 31 de março”,
Prejuízos – Entre os prejuízos causados pelas cheias estão aumento das doenças endêmicas, a paralisação das aulas e evasão escolar, a queda na produção rural, danificação e destruição de edifícios comerciais, residenciais e públicos, impactos nos serviços essenciais, como distribuição de energia, saneamento básico, no sistema de transporte e de comunicação, erosão deslizamento e desbarrancamento, além nos abalos psicológicos na comunidade.
O secretário executivo de Defesa Civil do Estado, coronel Fernando Pires, informou que o órgão já vem atuando junto às prefeituras para orientá-las no caso de solicitação do Decreto de Situação de Emergência. Segundo ele, o Decreto dá publicidade ao fato de que o município foi afetado, sendo o primeiro “start” para que os poderes municipal, estadual e federal possam socorrê-lo com ajuda humanitária e recuperação dos prejuízos.
Atuação – Atualmente, a Defesa Civil está atuando nos municípios da calha do Juruá, onde Ipixuna e Guajará decretaram Situação de Emergência e devem receber ajuda humanitária nos próximos dias. Doze toneladas de alimentos não perecíveis, quites de medicamentos para saúde básica e para prevenção de doenças de veiculação hídrica, hipoclorito de sódio, quites de dormitório e de higienes pessoais serão distribuídas a 2.562 famílias afetadas pela enchente. Juruá, Carauari, Envira, Eirunepé e Itamarati estão em situação de alerta.
“Nos dois municípios que estamos em Situação de Emergência, nós já estamos respondendo ao evento. Distribuímos 12 toneladas de ajuda humanitária que estão a caminho de Guajará. Essa é uma ação dos governos do Estado e Federal. Estamos indo ao encontro do município de Ipixuna que já decretou Situação de Emergência e vamos fazer um plano de trabalho detalhado para os outros municípios que ainda estão em situação de alerta e, provavelmente, se continuar com as precipitações e o aumento de volume da calha de rio, entrarão também em Situação de Emergência”, previu o secretário de Defesa Civil do Estado.